Evangelho: Lucas 4,16-30
Segunda-Feira, 03 de de 2012
São Gregório Magno
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 16veio Jesus à cidade de Nazaré, onde se tinha criado. Conforme seu costume, entrou na sinagoga no sábado, e levantou-se para fazer a leitura. 17Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus achou a passagem em que está escrito: 18“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos 19e para proclamar um ano da graça do Senhor”.
20 Depois fechou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21Então começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”. 22Todos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca. E diziam: “Não é este o filho de José?”
23 Jesus, porém, disse: “Sem dúvida, vós me repetireis o provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo. Faze também aqui, em tua terra, tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum”. 24E acrescentou: “Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria. 25De fato, eu vos digo: no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e houve grande fome em toda a região, havia muitas viúvas em Israel. 26No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva que vivia em Sarepta, na Sidônia.
27 E no tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel. Contudo, nenhum deles foi curado, mas sim Naamã, o sírio”. 28Quando ouviram estas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos. 29Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no até o alto do monte sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de lançá-lo no precipício. 30Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 16veio Jesus à cidade de Nazaré, onde se tinha criado. Conforme seu costume, entrou na sinagoga no sábado, e levantou-se para fazer a leitura. 17Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus achou a passagem em que está escrito: 18“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos 19e para proclamar um ano da graça do Senhor”.
20 Depois fechou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21Então começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”. 22Todos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca. E diziam: “Não é este o filho de José?”
23 Jesus, porém, disse: “Sem dúvida, vós me repetireis o provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo. Faze também aqui, em tua terra, tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum”. 24E acrescentou: “Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria. 25De fato, eu vos digo: no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e houve grande fome em toda a região, havia muitas viúvas em Israel. 26No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva que vivia em Sarepta, na Sidônia.
27 E no tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel. Contudo, nenhum deles foi curado, mas sim Naamã, o sírio”. 28Quando ouviram estas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos. 29Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no até o alto do monte sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de lançá-lo no precipício. 30Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
Homilia:
É surpreendente que o texto comece com a
leitura profética sem sequer mencionar a Lei, o elemento mais importante
do ofício. De fato, a leitura profética era concebida como uma
explicitação ou uma ilustração da Lei. Qualquer homem judeu podia
fazê-la, assim como a homilia, contanto que fosse instruído e gozasse de
boa reputação.
Os versículos 18 e 19 citam a passagem do
livro de Isaías que Jesus leu. De fato, Lucas associa Is 61,1-2 e Is
58,6 segundo uma prática corrente. Cita Is 61,1 e a primeira frase do v.
23. Omite, sem razão aparente, a frase para curar os corações
desanimados de Is 61,1, substituindo-a com a frase para colocar em
liberdade os oprimidos, tirada de Is 58,63. O v.20 menciona, com
precisão, os gestos de Jesus e assinala a reação de curiosidade e de
expectativa de parte da assembleia.
No v.21, Jesus toma a palavra para
comentar a leitura. O v. 22 assinala uma primeira reação da assembleia.
Ficam todos admirados com as palavras de Jesus. Elas ultrapassam tudo o
que podiam esperar da boca de um conterrâneo que julgavam conhecer muito
bem. Nos versículos 23 a 27, Jesus responde à surpresa e à admiração
dos seus ouvintes. Adiantando-se-lhes, começa por formular, Ele próprio,
o desafio que eles deviam ter na ponta da língua: “faz na tua terra o
que ouvimos dizer que tens feito em Cafarnaum”. Jesus responde ao
desafio, primeiro declarando que nenhum profeta é bem recebido na sua
terra; depois, ilustrando a Sua declaração com os exemplos de Elias e
Eliseu.
Os versículos 28 e 29 demonstram uma
segunda reação da assembleia totalmente diferente da primeira. Todos os
ouvintes se enfurecem contra Jesus, expulsam-No da cidade e tentam
assassiná-Lo. O v. 30 conclui o relato com a reação de Jesus:
imperturbável e sem um ferimento, Cristo segue o Seu caminho.
Jesus sabia que era o Filho de Deus e se
apresentou aos homens que estavam na sinagoga como sendo o cumprimento
daquela promessa que estava na leitura de Isaías, a qual Ele tinha
proclamado. Enquanto alguns O ouviam, maravilhados, outros desconfiavam
dizendo: “Não é este o filho de José?” E, por isso, Jesus disse que um profeta não é bem aceito na sua terra.
Esta cena também pode acontecer conosco.
Pense naquelas pessoas que conviveram com você desde criança, que lhe
viram crescer, sabem de onde você veio, por onde passou, com quem
aprendeu tudo o que sabe e conseguem identificar até de onde você tirou
cada ideia. Para elas você continuará sempre criança, mesmo que faça
prodígios e milagres. Pense nos seus amigos de colégio, da universidade,
do trabalho, da internet, do seu movimento, da Igreja, da nova cidade
onde você foi morar… Enfim, das pessoas com quem você se relacionou
quando já estava com algumas ideias formadas.
Essas pessoas não o conhecem nem sabem de
onde vieram as suas influências. E o mais importante de tudo: acreditam
que você tem algo a adicionar ao que elas têm ou ao que elas são.
O mais surpreendente: se você acompanhou,
desde criança, o crescimento de alguém mais novo que você, observe como
considera previsíveis as atitudes e as palavras dessa pessoa. E, sem
saber, acaba colocando uma barreira que dificulta que algo venha dela
para você. Foi assim que Jesus se sentiu em Nazaré. É assim que a
maioria dos profissionais se sente em casa, principalmente quando a
resolução de um problema – doméstico ou familiar – exige que as pessoas
confiem na capacidade dele. Daí que surgiu o ditado: “Em casa de
ferreiro, o espeto é de pau”.
Imagine se Jesus nascesse, nos dias de
hoje, e fosse um desses garotos que brincam na sua rua, que você viu
nascer e está acompanhando o crescimento dele; daqui há uns 20 anos, ele
voltasse adulto, qual seria a sua reação? “Esse garoto é Filho de “seu”
Zé, o marceneiro? Que brincava com os meninos na rua? Só se for para
rir! Impossível! Nunca que ele teria essa capacidade! Eu vi onde ele
estudou, as travessuras que aprontou, conheço os pais dele”. E Ele iria
dizer: “De fato, um profeta não é bem recebido em sua terra. Então, os
prodígios não acontecerão aqui, mas nos lugares onde as pessoas
acreditem em mim”.
A lição prática do Evangelho de hoje é:
não subestimemos a capacidade das pessoas que são próximas a nós. Muitas
vezes, elas realizam “prodígios” para os outros, mas não conseguem
fazer nada em casa por não terem abertura. Daí o ditado: “Santo de casa
não faz milagres”.
Padre Bantu Mendonça (Fonte: Canção Nova)
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